Jerome Forget
“Poiré é um fermentado alcoólico de pêras, bastante particular. Primeiro porque as pêras chegaram no continente europeu antes das maçãs, segundo porque as pereiras demoram 100 anos pra ficar adultas ( depois ficam 100 anos produzindo e mais 100 anos sem produzir até morrer ), terceiro porque elas tem alguns açúcares que simplesmente não fermentam ( e então ficam quase sempre com um tantinho de residual de açúcar ), quarto porque dão um tapa na cara de acidez e salinidade.
A gente pode dizer que um bom poiré lembra uma pãtza cerveja selvagem, lembra um petnat nervoso, lembra um espumante mineralíssimo. Mas poiré lembra poiré. E pronto.
Uma das regiões mais famosas ( e apelação de origem também ) é Domfront, onde está o @jerome.forget61 , produtor de poirés daqueles de babar.
Ele cultiva suas árvores em sistema orgânico e à moda antiga: consorciado com gado normando, que pasta debaixo das árvores, ajuda no ecossistema inteiro e ainda fornece leite para… camembert. Daí além de produzir birita, ele produz junto um queijinho.
Jérome faz parte dos produtores que elabora sidras e poirés que a gente poderia chamar de “naturais”, emprestando o jargão do mundo do vinho. Frutas orgânicas, nada de aditivos, sem so2. “Como antigamente”, mas com todo conhecimento e tecnologia de hoje.
Aliás, logo na entrada da poireria ( meu deus, não sei como se chama uma cidreria de pêras…. Adega? Cantina? Peirícola? 😅 ) tem uma plaquinha de “ o poiré se conserva naturalmente por conta de sua acidez”.
Ou seja, a acidez da fruta já é seu conservante natural, não precisa ficar colocando porcaria dentro.”
Escrito por Lis Cereja